Desde a Primeira Revolução Industrial, em meados do século XVIII, a economia e a sociedade nunca mais foram as mesmas. E as mudanças não pararam. Cerca de 200 anos depois, já estamos na Quarta Revolução Industrial, na qual tecnologias disruptivas mudaram as rotinas de fábricas e empresas de diversos segmentos. É o que se chama de Indústria 4.0, conceito sustentado pela aplicação de soluções como automação, Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), Big Data, robótica, soluções em nuvem e outros avanços.
Na indústria inteligente, a produção se dá de forma autônoma, a partir da integração de diversas tecnologias. Isso significa mais do que robôs executando a parte operacional, mas de uma interligação dos processos que permite que a Inteligência Artificial realize tarefas além do nosso intelecto, como a rápida análise de dado
Em 2025, o processo de digitalização na indústria brasileira continua em forte aceleração, impulsionado por um ambiente de maior competitividade global e pela necessidade de otimização de custos e processos. Enquanto a pesquisa "Sondagem de Inovação" de 2019 indicava que apenas 2% das organizações estavam plenamente inseridas no conceito da Indústria 4.0, estudos mais recentes de 2024/2025 mostram um avanço significativo.
De acordo com o Observatório da Indústria da CNI, a proporção de empresas que adotaram pelo menos uma tecnologia 4.0 (como IoT, IA ou Big Data) já ultrapassou os 20% em 2024, com projeção de crescimento contínuo para 35% até o final de 2025. O número de pedidos de patentes relacionadas à Indústria 4.0 também mantém uma trajetória ascendente, refletindo um maior investimento em P&D e inovação por parte das empresas nacionais. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca que, só em 2024, houve um aumento de 15% nos depósitos de patentes em comparação com o ano anterior, evidenciando a maturidade tecnológica que o Brasil vem alcançando.
O case da fábrica da Thyssenkrupp em Poços de Caldas (MG), operando no modelo 4.0 desde 2015, continua sendo um marco e uma referência de sucesso no Brasil. Em 2025, a planta mantém seus mais de 20 robôs interconectados, agora com uma integração ainda mais robusta com outras 10 indústrias do grupo pelo mundo, utilizando protocolos de comunicação e padrões de dados mais avançados.
Os processos são monitorados em ambiente virtual a partir de sensores instalados em cada equipamento, transmitindo dados em tempo real e alimentando modelos de IA preditiva que otimizam ainda mais a produção. A planta mineira, conectada a um servidor central, permite intervenções, ajustes e melhorias de forma remota, com o auxílio de gêmeos digitais (digital twins) para simulações e testes. A empresa relata um aumento de eficiência de recursos na fabricação em torno de 45-50% em 2025, superando as estimativas anteriores, muito devido à melhoria contínua e à implementação de novas camadas de IA e aprendizado de máquina nos processos.
A pandemia de Covid-19, que começou em 2020, foi, de fato, um catalisador significativo para a aceleração da digitalização na indústria. Em 2025, os efeitos dessa aceleração são plenamente visíveis. A pesquisa global da ABI Research, apoiada pela Nokia em 2020, que indicava que a pandemia não interromperia os planos de investimento em tecnologias 4.0, provou-se correta.
Em um relatório de 2024 da consultoria McKinsey, a redução do tempo de inatividade (65%), a melhora da eficiência das operações (58%) e o aprimoramento da segurança (50%) continuam sendo os principais fatores de curto prazo que impulsionam os investimentos em novas tecnologias industriais. A necessidade de resiliência da cadeia de suprimentos e a manutenção da produtividade em cenários adversos, lições aprendidas na pandemia, consolidaram a Indústria 4.0 como um imperativo estratégico para as empresas em 2025.
As ferramentas e inovações que sustentam a Indústria 4.0 continuam evoluindo rapidamente:
Internet das Coisas (IoT): Em 2025, a IoT está ainda mais difundida, com sensores e dispositivos inteligentes sendo a norma em praticamente todos os equipamentos industriais. A conectividade 5G e as redes privadas impulsionam a coleta e transmissão de dados em tempo real com latência mínima, viabilizando a automação preditiva e a manutenção proativa.
Inteligência Artificial (IA): A IA é o cérebro da Indústria 4.0. Em 2025, algoritmos de Machine Learning (ML) e Deep Learning (DL) estão integrados em todas as etapas da produção, desde o design e simulação de produtos até o controle de qualidade e a otimização da cadeia de suprimentos. A IA não apenas aprende com os dados, mas também sugere melhorias, prevê falhas e otimiza o consumo de energia, indo além da simples automação para a autonomia inteligente.
Big Data e Análise de Dados: O volume de dados gerados na indústria 4.0 é imenso. Em 2025, as soluções de Big Data Analytics são cruciais para capturar, processar e extrair insights valiosos em tempo real. Plataformas de análise avançada e dashboards personalizados permitem que os gestores tomem decisões baseadas em dados, identificando gargalos, oportunidades de otimização e tendências de mercado com precisão.
Cloud Computing: A nuvem continua a ser a espinha dorsal da Indústria 4.0, garantindo escalabilidade, flexibilidade e segurança para o armazenamento e processamento do vasto volume de dados. Em 2025, a tendência é a proliferação de edge computing, onde parte do processamento de dados ocorre mais próximo da fonte (na borda da rede), reduzindo a latência e otimizando o uso da largura de banda, especialmente para aplicações críticas em tempo real.
As vantagens da digitalização na indústria inteligente são ainda mais pronunciadas em 2025:
Economia de recursos e aumento do lucro: A otimização impulsionada por IA e IoT resulta em uma redução de desperdício em até 30% em algumas indústrias e um aumento da lucratividade em torno de 15-20%, impulsionado pela maior eficiência operacional.
Menor desperdício e previsão de erros/atrasos: Com sistemas de manutenção preditiva e análise de dados em tempo real, as falhas são previstas antes que ocorram, minimizando paradas na produção e reduzindo o desperdício de materiais em até 25%.
Produção acelerada e fluxos digitais mais rápidos: A automação e a integração de sistemas permitem um aumento significativo na velocidade de produção e na agilidade dos processos, com ciclos de desenvolvimento de produtos até 20% mais curtos.
Intervenção imediata em problemas pontuais: Dashboards em tempo real e alertas automatizados permitem que os gestores atuem de forma proativa, resolvendo problemas antes que impactem a produção.
Personalização em massa: A flexibilidade proporcionada pelas plataformas digitais permite a personalização de produtos em escala, a cocriação com o cliente e ajustes específicos nos modelos, atendendo às demandas de um mercado cada vez mais exigente.
A transformação da mão de obra é uma realidade em 2025. Enquanto as tarefas repetitivas e manuais são cada vez mais assumidas por robôs e sistemas automatizados, surgem novos postos de trabalho que exigem habilidades mais estratégicas e analíticas. Os colaboradores na linha de produção agora focam na supervisão, manutenção e programação de máquinas, além da análise de dados e tomada de decisões baseadas em insights de IA.
É fundamental que as empresas invistam em qualificação e requalificação da mão de obra, preparando os trabalhadores para as novas funções que surgem nesse cenário. Programas de treinamento em tecnologias 4.0, análise de dados e resolução de problemas complexos são essenciais para garantir que a força de trabalho esteja alinhada com as demandas da indústria do futuro.
As tecnologias disruptivas impulsionam a Indústria 4.0, tornando a produção inteligente e muito mais eficiente. O desperdício é menor, o lucro é maior e os gestores podem resolver problemas em tempo real e com base em dados assertivos.
O processo de transformação da indústria no Brasil, embora ainda em desenvolvimento, mostra um crescimento robusto e contínuo em 2025. A implementação da Indústria 4.0 não é mais uma opção, mas uma necessidade para a competitividade e a sustentabilidade das empresas no cenário global.
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Por TVF Telecom / 08 de julho de 2025